Indissociável do risco físico inerente a jogar a vida em cada lance, no espectáculo de toiros criam-se, como em muito poucos, situações de perigo eminente que, não raro, rematam em tragédia.
Não está a praça de toiros do Campo Pequeno entre as mais marcadas por colhidas de recuperação impossível ou mesmo fatais. Contudo, três cavaleiros e um forcado aqui morreram, nos primeiros cem anos de história.
A primeira colhida grave aqui verificada sofreu-a, em 1893, o matador espanhol Juan Luiz "Lagartijo" que, ao colocar um par de bandarilhas, foi volteado e fracturou o crânio. Quatro anos depois, o seu compatriota "Minuto" foi vítima da segunda colhida mais grave do então curto historial da praça.
O bandarilheiro Manuel dos Santos, em 7 de Junho de 1901, foi o primeiro artista português a ser colhido com gravidade nesta arena. Sofreu fractura da perna esquerda, em consequência de uma investida do toiro "Esganado", de Faustino da Gama.
A 12 de Maio de 1904, o cavaleiro Fernando de Oliveira sucumbiu, a caminho do hospital, de S. José, em consequência da fractura de crânio que lhe produziu o toiro "Ferrador", do Marquês de Castelo Melhor, ao derrubá-lo do "Azeitona", quando rematava um ferro à tira.
Em 16 de Outubro de 1966, um toiro de José Samuel Lupi, "Carvoeiro" de nome, provocava um acidente idêntico ao ocorrido 62 anos antes. Desta vez a vítima foi Joaquim José Correia, que nesse dia completava 21 anos. Montava o "Tirol" e toureava um festival de beneficência a favor do Orfanato Escola Santa Isabel.
Em 11 de Agosto de 1983, o cavaleiro José Varela Crujo foi gravemente colhido por um toiro de Pontes Dias e entrou em coma profundo, vindo a falecer a 25 de Dezembro de 1987, no Hospital Distrital de Beja.
Entretanto, a 10 de Setembro de 1953, o forcado João Fernandes Júnior, conhecido por "João Raiva", ao tentar pela segunda vez pega de caras sétimo toiro da corrida, sofreu perfuração de uma vista com uma bandarilha que lhe atingiu o cérebro, em consequência disso viria a falecer no dia seguinte. "João Raiva, que ainda caminhou pelo seu pé até à trincheira, realizava a primeira pega (que seria a última) na qualidade de cabo de forcados, funções que acabara de receber de Matias Leiteiro, que nessa noite se despedia das arenas.
A 30 de Agosto de 2012, o forcado Nuno Cavalho "Mata", do Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita, foi gravemente colhido ao tentar pegar um toiro da ganadaria Infante da Câmara, sofrendo fractura de uma vértebra cervical, que deixou o forcado tetraplégico.